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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Comunicado (excerto ANPET)


COMUNICADO AOS PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

ABRIL DE 2012

Caros Pais e Encarregados de Educação,

O processo educativo deve ser entendido como um processo contínuo de aquisição e desenvolvimento de conhecimentos e de competências que visa, no essencial, cumprir dois objectivos centrais: por um lado, a realização pessoal dos indivíduos e, por outro, dotá-los das necessárias qualificações para que possam contribuir para o progresso social, de acordo com as respectivas capacidades e aptidões.

Vivendo-se hoje na chamada "
Sociedade do Conhecimento" é, absolutamente, necessário que o currículo escolar não deixe de contemplar todas as aprendizagens que concorram para a construção de perfis educativos e formativos coerentes e em harmonia com as exigências sociais e do mercado de trabalho, sobretudo numa época de globalização económica. A necessidade da "Aprendizagem ao Longo da Vida" conduz-nos, também, à obrigatoriedade dos indivíduos se adaptarem, de forma dinâmica, a novas situações. Uma escolaridade obrigatória que se pretende alargar para os doze anos, num mundo profundamente tecnológico, não pode, assim, deixar de habilitar os alunos com aprendizagens relevantes que os ajudem a adaptar aos novos contextos e exigências económicas e sociais.

Neste contexto, é, completamente, incompreensível que o Ministério da Educação e Ciência tenha retirado do currículo do 3º ciclo do ensino básico, uma disciplina estruturante e promotora do sucesso escolar como a disciplina de Educação Tecnológica, conforme consta da decisão anunciada no passado dia 26 de Março, substituindo-a por uma indefinida "oferta de escola". Tal circunstância é até paradoxal com o discurso constante do próprio Ministério da Educação e Ciência que diz pretender evitar a dispersão curricular; racionalizar recursos; apostar no reforço do ensino secundário profissionalizante e "(…) afirmar a identidade de disciplinas que se reúnem sob a designação de Expressões (…)".
Há aqui, portanto, muita incoerência e alguma demagogia.

A Educação Tecnológica promove uma aliança entre o "
saber" e o "saber-fazer" e articula aprendizagens comuns a outras áreas, através de actividades experimentais e operacionais, muito do agrado dos alunos, permitindo também a aquisição e o desenvolvimento de atitudes técnicas relevantes que devem ser tidas em conta com a necessidade do reforço do ensino técnico profissionalizante, de nível secundário.

De que serve a autonomização de uma disciplina de Educação Tecnológica no 2º ciclo, ainda por cima com um só professor para 20 ou 30 alunos, quando depois não tem qualquer sequência para o 3º ciclo?! Não é aqui que ela se justifica mais, nomeadamente, enquanto propedêutica ao ensino secundário profissionalizante?!

Nesta conformidade, impõe-se perguntar?

1 – Devemos prescindir de uma educação integral dos alunos para a qual tem concorrido, inequivocamente, a disciplina de Educação Tecnológica no 3º ciclo?

2 – Devemos anular a valiosa experiência de milhares de professores de Educação Tecnológica, alguns com muitas dezenas de anos de experiência, colocando-os numa "bolsa de recrutamento" para satisfazer necessidades residuais do sistema de ensino, em vez de continuarem a contribuir para uma cabal educação dos alunos?

3 – Não devemos aproveitar, até ao limite, os milhares de euros que foram gastos em equipamentos e salas de aula nas nossas escolas?

4 – Vamos deitar fora tudo isto? Consentiremos tal desperdício numa época de gravíssima crise económica e financeira e de uma imperiosa necessidade de qualificação dos nossos jovens?

Considerando que V.ª Exª, na sua qualidade de encarregado de educação, é um dos principais interessados na educação integral das nossas crianças e jovens, apelamos para que tome posição junto da escola do(s) seu(s) educando(s) no sentido de defender a manutenção da Educação Tecnológica no currículo do 3º ciclo do ensino básico e assine, também, a petição on-line (http://wwwpeticaopublica.com/pi=P2012N22849).

Contamos consigo!  Não deixe "cair" o ensino técnico e Tecnológico!

Educação Artistica como forma para melhorar a criatividade dos Jovens...


O papel da educação artística na formação de competências dos jovens para o século XXI tem sido amplamente reconhecido a nível europeu. A Comissão Europeia propôs uma Agenda Europeia para a Cultura, que foi subscrita pelo Conselho da União Europeia em 2007. Esta Agenda reconhece o valor da educação artística no desenvolvimento da criatividade. Além disso, o quadro estratégico da UE para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação ao longo da próxima década realça claramente a importância de competências essenciais, transversais, incluindo a sensibilidade cultural e a criatividade. 2009 é o Ano Europeu da Criatividade e da Inovação, o que acentua o reconhecimento das ligações entre sensibilidade cultural e criatividade.
O potencial da educação artística como forma de melhorar a  criatividade dos jovens, sublinharam a necessidade de melhorar continuamente a sua qualidade. Para ajudar a dar resposta a esta exigência e a identificar as melhores práticas, a Rede Eurydice publica esta visão global do estado da educação artística e cultural na Europa. O estudo contém informações comparativas sobre a oferta de educação artística e cultural nos currículos de 30 países europeus. Abrange as metas e os objectivos de uma educação desse género, a sua organização, a oferta de actividades extracurriculares, bem como iniciativas para desenvolver a educação artística e cultural.

(Texto adaptado:Ján Figel’ Comissário Europeu responsável pelaEducação, Formação, Cultura e Juventude; 2009)

Petição Pública

Considerando que a Educação Tecnológica (que deriva da anterior disciplina de trabalhos oficinais e/ou área vocacional) sempre existiu, e permite aos alunos “aprender fazendo”, em contexto de sala/oficina, com trabalhos/projetos práticos de mecânica, carpintaria, eletricidade, etc., (consoante a logística de cada escola/agrupamento). É uma disciplina de que os alunos gostam e onde não há insucesso escolar. A Educação Tecnológica serve (e sempre serviu) de estímulo para continuarem os seus estudos nas vias de ensino técnicas/profissionais, para serem técnicos qualificados e responsáveis no futuro.
Numa escolaridade de 12 anos, faz todo o sentido existir Educação Tecnológica no segundo e terceiro ciclos do ensino básico porque se complementam e aprofundam as competências adquiridas pelos alunos na área técnica e tecnológica, tanto mais quando se afirma querer reforçar o ensino profissional.
Considerando que não há quaisquer estudos, ou orientações, que recomendem a extinção da Educação Tecnológica e que esta disciplina existe na maioria dos países desenvolvidos, pois a sociedade tecnológica em que vivemos, e queremos continuar a viver, assim o exige.
Propomos que a disciplina de Educação Tecnológica faça parte do currículo nacional do segundo e terceiro ciclo, como disciplina obrigatória, oferecida em todas as escolas, eventualmente, a par de outras disciplinas de caráter artístico, reforçando a formação completa dos alunos, existindo desde o 5º até ao 9º ano.

O fim chegou...das disciplinas técnicas

Em 2013, foi publicada uma mensagem neste blog,  relativa ao possível fim da disciplina de Educação Tecnológica. Por esta altura, em 2013 o ...