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terça-feira, 16 de agosto de 2011

História do Cinema de Animação


Ao longo do tempo o ser humano tentou fazer com que figuras se movimentassem e reproduzissem o movimento. Há mais de 35.000 anos atrás, foram realizadas pinturas e gravuras de animais em cavernas, em que são desenhadas oito pernas ou duas cabeças, para mostrar movimento.
No 4º sec. a.C. Platão descreve que na antiga Grécia se realizavam espectáculos e teatro com sombras que se moviam numa parede de uma cave. Aquelas concretizavam-se com as mãos e outras semelhantes com marionetas. Contudo existem registos de que este tipo de entretenimento com marionetas já se realizava na China e na Índia há mais de dois mil anos atrás. Hoje em dia, as marionetas mais conhecidas são as da ilha de Java e as da Turquia.
Somente no sec. XVII, no ano de 1640, foi realizada a primeira tentativa de projectar desenhos numa parede através de um instrumento chamado “Lanterna Mágica”. Esta descoberta, para além de se tornar a mais antiga forma do projector cinematográfico, projectava uma imagem pintada num vidro, que era colocada no foco da objectiva. O seu inventor foi o jesuíta alemão Athanasius Kircher.

No sec. XIX, começaram a aparecer brinquedos ópticos que envolviam imagens animadas. Este facto deve-se ao princípio vital da “Persistência da Retina”, descoberto por Peter Mark Roget em 1824. Deste modo surgiu em 1826 o Traumatoscópio (maravilha giratória). Um brinquedo criado pelo inglês John Ayrton Paris.

O passo seguinte no desenvolvimento da animação foi o Fenacistoscópio (vista enganada) em 1830. Esta invenção foi feita em simultâneo pelo belga Joseph Plateau e pelo austríaco Simon Stampfer.


Com o mesmo princípio do fenacistoscópio, o Zootrópio (roda da vida) foi inventado em 1834 pelo inglês William Horner. Este brinquedo só se tornou popular em 1860 aquando do registo da sua patente em Inglaterra e nos Estados Unidos.
Praxinoscópio

Em 1877 Emile Reynaud introduziu o Praxinoscópio, com a aparência de um Zootrópio. Somente difere na visão do movimento, feito nos espelhos colocados no centro do tambor em vez de se olhar pelas ranhuras.
Com a invenção da fotografia, a animação atingiu outro patamar de desenvolvimento. Em 1878, após cinco anos a tentar capturar movimento, Eadweard Muybridge criou uma colecção de fotografias de movimentos reais. A partir da colocação em banda de doze máquinas fotográficas, Muybridge conseguiu capturar o movimento de um cavalo a galope. Deste modo desenvolveu um projector “Zoopraxinoscópio” para apresentar o seu achado.
Em 1892, Emille Reynaud desenvolveu o seu invento o Praxinoscópio, criando um espectáculo cénico no qual utilizava papel translúcido para as suas imagens e as projectava numa tela, combinando com outra projecção fixa que servia de cenário. Para muitos este espectáculo foi considerado o verdadeiro nascimento do cinema. Por esta razão o dia 28 de Outubro foi considerado pela Associação Internacional do Cinema de Animação como o “Dia Mundial da Animação”.
Após vários anos de investigação, Thomas Edison e W.K.L. Dikson construíram um estúdio o “Black Maria” para construir filmes para o seu Cinetoscópio. Uma máquina que projectava filmes em restaurantes e bares.
Em 1894 os irmãos Louis e Auguste Lumière projectaram uma câmara quer para gravar e projectar imagens. A este invento chamaram de Cinematógrafo.

Em 1902 Georges Méliès produziu o magnífico filme “Voyage to the Moon”. No filme, uma paródia cheia de fantasia, usou efeitos especiais com a técnica de “stop motion” pela primeira vez assim como introduziu cor no ecrã.

Em 1906 Thomas Edison fez pela primeira vez a combinação de desenhos e fotografias a partir de uma série de desenhos do cartoonista Stuart Blackton. Este filme intitulado “Humurous Phases of Fanny Faces” tornou-se o primeiro desenho animado com grande sucesso.
Em 1911 com o declínio dos desenhos animados, por terem todos a mesma fórmula, quer nas piadas quer na falta de história e desenvolvimento de personagens, Winsor McCay cria vários filmes com uma certa trama narrativa.
Em 1914 McCay desenvolvendo a animação como uma forma de arte, ao criar o filme “Gertie the Dinossour”, onde o dinossauro foi desenvolvido como uma personagem com certas características psicológicas. Este filme foi comercializado pelos cinemas.
Em 1928 Walt Disney criou o primeiro desenho animado com sincronização de som. Neste mesmo ano foi apresentada a primeira animação de Mickey Mouse.

Durante as décadas de 1920 e 1930 os estúdios Warner, MGM e Disney desenvolveram técnicas de animação, produzindo cada vez mais sofisticados desenhos animados, usando técnicas tradicionais na produção de complexos fundos, e aplicando figuras em movimento suportadas em celulóide.
Até 1932 os filmes eram rodados a preto e branco. Neste ano a Sociedade Americana Technicolor aperfeiçoou uma máquina capaz de registar, em três películas diferentes, o vermelho, o azul e o amarelo que compunham as cores das imagens.
Em 1937 Disney surpreende todos com o primeiro filme de longa duração “Snow White and the Seven Dwarfs”.
Durante a década de 40 foram aparecendo novos filmes e séries de banda desenhada, como Betty Boop, Bugs Bunny, entre outros. Estes desenhos animados criados por vários estúdios apresentavam uma vertente cómica, ao contrário dos estúdios da Disney que apresentavam uma vertente de consciência social.
Na década de 50, com o surgimento da televisão, muitas das animações apresentadas em cinema passaram a ser exibidas neste novo média e muitas outras foram criadas. Devido à imagem da televisão ser pouco nítida e com um espaço muito reduzido, tornou-se muito comum os animadores criarem personagens com corpo curto e com uma cabeça grande. Para competir com a televisão o tamanho da tela aumenta e surge o cinemascópio. Neste período, no Japão, a animação expandiu a sua indústria especialmente para a televisão, sendo “Astro Boy” um dos grandes sucessos. Também aproveitando o sucesso da Manga na cultura japonesa surgiram “anime” de todos os tipos. No resto do mundo realizava-se animação, sendo esta ainda muito experimental ao contrário da americana que a desenvolvia.

Nos anos 70 continuaram a desenvolver a animação digital. Em 1972, na Universidade de Utah, Fred Parker criou o primeiro computador a gerar animação facial. Este tipo de animação - CGA – Computer Generated Animation, deve-se à pesquisa e ao relacionamento entre geometria, matemática e gráficos, que possibilitou aos animadores expressarem-se através do computador. O filme “Star Wars – episódio IV, de Geaoge Lucas”, marcou uma significativa evolução tecnológica. Para tal Lucas criou um laboratório no qual todas as novas tecnologias eram estudadas e criadas, na tentativa de encontrar soluções para os problemas de produção do filme, desde o som a edição e efeitos, tudo em permanente reinvenção.
Nos anos 80, os efeitos especiais gerados por computador entraram numa nova era, fazendo surgir novas empresas especializadas em determinadas áreas digitais. Em 1982, surge “Tron”, um filme com uma grande exposição dos efeitos gerados pela técnica CGA.
A década de 90 foi a época dos primeiros impactos da animação por computador. Em 1995, “Toy Story” torna-se o primeiro filme a ser animado através de CGA. Também “Babe”, apresentou diferentes técnicas possibilitando a combinação do real com efeitos animados por computador.
Neste milénio as produções de animação continuam a usufruir do computador, destacando-se filmes como “ShreK” e “The Lord of Rings”. Contudo, os filmes de animação actuais continuam a utilizar técnicas tradicionais recorrendo a novas tecnologias. Numa fusão de conhecimentos elementares e sofisticados recursos técnicos conseguem-se produzir obras de arte de elevada qualidade.
Por fim com surgimento nos últimos anos do 3D Digital animadores e cineastas podem enganar seus olhos de uma forma mais real como se você realmente estivesse vendo o cinema através de uma janela entre o mundo real e o mundo fantástico do cinema.
Mas não é tão simples, tudo depende de ilusão ótica para criar cenas panorâmicas e com profundidade ou objetos que parecem saltar da tela. Os humanos têm visão binocular ou seja, cada olho enxerga uma imagem diferente e o cérebro ás combina em uma única imagem. O cérebro utiliza a sutil diferença angular entre as duas imagens para auxiliar na percepção de profundidade.








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